quarta-feira, 29 de junho de 2011

Desabafo de uma feminista



Domingo eu fui à Igreja (sim, eu sou catolica praticante), e durante a homilia(pra que não sabe homilia é o sermão do padre depois de ler o evangelho) o padre, extremamente radical (até aí nenhum problema), vira pra gente e fala: "essa mania de competir com o homem, esse feminismo, essa moda de querer se sustentar tá errado!" minha mãe olhou pra mim e eu pra ela e eu fiquei lá revoltada com o que o padre falou... e é de se revoltar...

Não, relaxem, esse post não é sobre religião, até porque não vou discutir aqui sobre crenças, isso é algo pessoal e a escolha de cada um deve ser respeitada, minha discussão aqui, minha revolta é com a afirmação que ele fez, e não é o fato dele ser padre ou pastor ou pai de santo ou qualquer outro tipo de sacerdote ou líder que vai mudar isso.

 Sabe, é engraçado o quanto a visão do feminismo é deturpada, distorcida e cheia de preconceitos. Por quê? Porque para julgarem o feminismo usam a mesma premissa do machismo só que invertendo a mesma, o machismo prega a superioridade do homem sobre a mulher, mas o feminismo não prega de nenhuma maneira a superioridade a mulher sobre o homem, muito pelo contrário.




 O feminismo não quer provar que a mulher é melhor que o homem, não. Não é uma mera competição, na realidade, não há um competição.

Tudo o que queremos é igualdade, igualdade de tratamentos, de pagamentos, que premissas como: "isso não é trabalho de mulher", "eu não recebo ordens de mulher", "Lugar de mulher é no fogão" caiam em desuso, melhor, sejam extintas da nossa sociedade.
O que nós queremos é que nos olhem nos olhos com igualdade, que não achem que ir pro fogão é trabalho de  mulher, que cuidar de casa é trabalho de mulher e sim de ambos o sexos. Queremos trabalhar o mesmo tanto e sermos remuneradas igualmente, queremos salários iguais, tratamento igual no trabalho, que nos respeitem e não desmereçam nosso esforço, que não sejamos tratadas como burros de carga recebendo o dobro de trabalho para recebermos a metade de um salário que um homem recebe.

Tudo o que o feminismo busca é o fim do preconceito, da reclusão da mulher em casa, não que ela seja obrigada a trabalhar, mas que ela possa escolher, que ela seja livre para escolher e qualquer que seja a decisão da mulher que ela não sofra nenhum "castigo" por isso.

É por isso que queimamos soutiens, que fazemos slut walks, que nos movimentamos da mais diversas formas, não queremos ser tratadas com menos romantismo(desde que esse romantismo não configure uma demonstração de superioridade, mas de gentileza), com menos carinho, não queremos nos tornar homens de saia e com uma vagina, queremos é ser mulheres, femininas, delicadas, que usam batons, saias, vestidos, que vão ao salão, que usem maquiagens, que goste de fazer compras, mas que não sejam discriminadas, destratadas ou martirizadas por isso.

Porque sim, podemos e temos a mesma competência que os homens para trabalhar e eles possuem a mesma para cuidar da casa, no caso em que só ela trabalha, ou para ajudá-la no caso em que os dois trabalham e isso não o faz menos homem, pelo contrário, o faz mais homem uma vez que não deixa preconceitos e ideias deturpadas e errôneas guiarem suas ações.

E é só isso que nós queremos, igualdade. Não queremos estar por cima do Homem ou subjugá-lo, só queremos que nos olhem e nos tratem em pé de igualdade e com respeito, de verdade, não aquele respeito coberto de cinismo, e que sejamos tratadas como companheiras e não como uma domestica a qual não precisam pagar salário ou como um simples objeto de prazer, seja ele sexual ou não.

Não queremos estar acima, à frente, atrás nem abaixo de ninguém só queremos estar no mesmo nível, ao lado...

bem como um outro padre disse: "Deus criou a mulher da costela de adão, saiu de seu lado, não da sua cabeça e nem abaixo, deus criou a mulher para ser a companheira, não estado nem acima nem abaixo, mas do lado."e com esse eu concordo plenamente...

Um comentário:

Mary Jane disse...

I agree em gênero (haha, piadas a parte), número e grau...